Quando em nada esperarE quando em nada prosseguirApostar que és digna de me fazer sorrirE que desdenhas da solidão junto comigoAcalenta cristas e marcas de orgulhoMinha costa, o apegoO seguro, a bonançaO desespero necessárioQue só te busca, e só em causa de tiSer tua massa carinhosaSer teu certo, e teu erradoQuando só nós doisAprender meio sem jeitoE decolar os pés em todos os beijosAvisar do aviso de estar com saudadesPor que tem que ser assim?E se amar é esperarPor que ainda é assim?E se amar for prosseguirJuro que assim, ou mesmo que difiraNão podemos nos distanciarE quando bastar eu estar comigoE estar contigo for também me terTerei certeza que tudo é incertoE que nunca sei onde isso vai darMas pelo menos esse calorQue regenera ao mastigarVai sempre me haver causado …Me haver mostrado …De braços dados …Que amar, ao ladoÉ uma vontade de estarDe onde ou quando não importaÉ só estar, se também estás.Daniel Sena Pires - D'où il vient? (15/05/2011)
De quem é a culpa disso tudo?Quem foi que disse que pra amar é preciso que doa um tanto assim?Um tanto que fere, que deixa inconscienteQue corta o fluxo dos diasQue acorda outras dores já findasE como podem findas?Não amo agora, o mesmo que amei quando conheciPois somos outras pessoasNa convivência, e no “eu te amo” diárioVamos nos tornando um pouco mais nós mesmosVocê não me entende, né?Não falo de rotina, o amor ainda é o mesmoJá te acordei por eu estar com frioJá te beijei porque estavas cansada e era tardeJá te acariciei por eu estar em falta de carinhoJá chorei pois, mesmo ao lado, não estavas aliE mais dói morrer por dentroDo que qualquer outra morte que me poupasse issoEu vou ficar bemBemBemEu vou ficar bemAté que eu me convença que isso é que é a verdadeE que não nos temos maisPorque depois …Quando a dor fizer cócegas no meu corpo cansadoVou saber que é faltaVou saber que é a mesmaAquela não findaMas que a culpa, se é que se pode chamar culpa, não é tuaNem é minhaÉ desse amor que morre de medo de amar.Daniel S P – Rubrique SS A (09/05/2011)
Refleti sobre meus anseios e ordenei ao meu coração que se contenhaEstamos próximos de um futuro, e até agora só fui passadoNo presente estou aflito, vazio, não vivoEscolhi minha melhor roupa, e me atirei noite adentroMuitas luzes, vários gostos... mas nenhum era o teuE nenhuma luz me lembrou os teus olhos, então não eram nada, e nem fiz nadaA tua falta, agora, é tão forte, e robusta, que se torna quase um corpo ao meu ladoE eu a chamo, pois assim penso em ti, mesmo que eu não diga issoO meu orgulho é tão boboMenina dos olhos negros …O que eu farei enquanto espero teu abraço?Essa minha “leve” esquizofrenia ainda acaba comigoPois não te tenho, nem sei se existesMas, mesmo assim, desejoE me integro ao corpo dos amantes, românticosPlatonicamente sofrendo por uma projeção lindaDeves estar à procura, assim como euOu se enganou, e morrerei sem demonstrar esse amorAo qual me entreguei completamente.Daniel Sena Pires – Projeção (2010)(Houve uma época em que eu não podia ouvir Led Zeppelin, Beatles
Madonna, Michael Jackson, Legião Urbana, Queen ...
Pois doía demais ...
E parece que essa época voltou.
É pra você.)
Durante as horas que se passamFurto pouco tempo, que de pouco em pouco é quase tudoÀ pensar se eu te visitoPensar …Junta comigo, o que falta pra que o infinito seja possível?E boca, mel, doçura … e brasa, tudo seja possível?Que pra enxergar tão longe, só se for de pertoDuas vidas que se amam, são dois amores a se olharBom é que pra errar, é fácilConsigo me desviar com jeito, não quero vacilarAcertar teu carinho com outro afago meuPropondo paz, até o amarPor um momento, coube ao tempo me acalmarEsperar, não esperar … brincar de homem e aviãoE todo momento, por um momento, era só teu“que de pouco em pouco é quase tudo”, lembras?Tenho vontade de te falar da vida, e de como é difícilOu simplificar tudo, te chamando de amorO que importa é trocar-te o semblanteToda vez, um choro teu, me faz ser fraco e tristeQuero alegrar-te, sem falsa festa, ou falso tomPois bálsamo é só o carinho, o calor de pertoPor um momento, ainda és a minha melhor preocupaçãoComo se a consciência te fosse serva, e preocupar fosse amar, trocando-se o coração de mãosNo primeiro suspiro do dia, nada no pensamentoNo segundo suspiro do dia, nem havia pensamentoE em um único suspiro inteiro, dia inteiroSem fragmentação …Percebo que és tu, sempre foiEu que teimei em não saber.“O dia hoje compensou viver...Amei demais, e só.”Daniel Sena Pires - Por um momento(03/05/2011)