sexta-feira, 15 de março de 2013

Texto 1






Ele: - Quando te chamo, ouço ecos apaixonados pela casa toda... alguns vão janela a fora, outros deslizam pelas paredes, tão teus.

Ela: - Quando eu te quis, eu te precisei dali em diante, pois só no teu toque ainda mora um pouco da minha paz.

Ele: - Lembra quando te falei que varei a madrugada, te vendo dormir? Eu precisava sentir aquilo, precisava ser o primeiro rosto que tu verias ao acordar.


Ela: - Um pouco triste não ter teu corpo sempre quando quero, mas por quereres a mim também, me sinto mais viva em dias ruins.

Ele: - Teus cabelos em cascata por sobre meu peito, quando somos os dois, a dois, é um mundo todo nosso, diferente dessa realidade cruel.

Ela: - Ah, amor... Eu sempre deixo escapar que te amo, só tenho como segredo o tanto, sei que não se mede o gostar, o meu tá pra lá de "mais grande" (Risos)

Ele: - Eu...

Ela: - Cansei de olhar o espelho, eu era alguém com nada e de nada queria tomar parte... sou teu alguém, agora, ser tua me faz mais eu.

Ele: - Eu te olho, teus lábios, por Deus, a tua voz... meu bem, mas não um bem de posse, meu bem de querer-bem-querer.

Ela: - Vontade de gritar para o vento, pra que ele espalhe ao mundo inteiro, que essa saudade que tenho, tem nome, cheiro e tempo.

Ele: - Daí, quanto tu vais saindo, e a porta vai fechando, o frio me toma, esse foi o sinal do eterno em nós.

Ela: - O eterno em nós.

Ele: - Divide teu tempo comigo, sempre?

Ela: - Eu vivo meu tempo contigo, prefiro ele voando, ao teu lado... do que me mastigando por dentro.

Ele: - Meu calor.

Ela: - Suspiro meu.


Daniel Sena Pires - (12/03/2013)