domingo, 9 de setembro de 2012

Do amor perdido



Sabe aqueles dias que você pensa que está morrendo?
Mas não se desespera...
Porque isso te faria o maior bem possível.
E tudo e tudo é nada, e nada é completo, e tudo é errado...
O pior é sentir seus erros corrompendo o divino...
Aquela dor corroendo por dentro.
Por que teve que ser assim?
Eu quero deitar com a paz de espírito dos que amam...
Mas não quero me apaixonar de novo.
Isso que eu sinto, e o que eu ainda vou sentir...
Forram a alma de trevas, o corpo de chagas.
Ando sempre precisando de um drinque, de fumaça...
De sumir.
E não é culpa do amor, é culpa de quem ama...
Eu amava tanto a gente, que ainda hoje sofro o mesmo.
O pior de estar sozinho de novo... é não saber o que fazer com o amor que ainda tenho
Enterrar? Matar?
Sofrê-lo?
Vou me acalmar, que eu sei que o vento leva...
Que eu sei que o tempo passa...
Mas enquanto passa o tempo, não queria viver.
Preciso do torpor que nenhuma bebida me dará...
Sei lá, quero esquecer lembrando, vai ver que é isso que faz doer tanto assim.
Eu lembro que amava...
E não esqueço ainda.
Mas a culpa não é sua.
Quem sabe em outra vida, há de ser belo o tempo todo?
Mas deixemos isso de lado, que meu coração dói de tanto aperto.
A vida está aí, nunca boa, mas está...
E eu sigo, cambaleando, torto, medroso...
Mas sigo, isso há de ser bom?
O tempo dirá...
O que só eu sei, é o que sofro ao deitar a cabeça ao travesseiro.
É mais forte que o dia inteiro, e mais intenso que minha mais cruel madrugada...
Mas há de findar, há...
E não há nada que eu anseie mais.
Hoje, eu estou de “por favor” ao universo.
Tudo lembra “nós”, e “nós” está me matando.

Daniel Sena Pires – Do amor perdido (10/09/12)